O presidente da Investe Piauí, Victor Hugo Almeida, destacou em entrevista coletiva nesta terça-feira (28) os investimentos na produção de hidrogênio verde (H2V) no estado. Com a usina de Parnaíba, no litoral do Piauí, já licenciada ambientalmente, o estado se destaca como um ambiente propício para energias renováveis, aproveitando seus recursos abundantes.
De acordo com o presidente, a demanda europeia acelerou as discussões e colocou os projetos do Piauí na pauta de prioridade. Na última semana, a presidente da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, confirmou o apoio da União Europeia para a construção da usina de hidrogênio verde em Parnaíba, no litoral do Piauí. Objetivo é gerar energia sustentável com um projeto que é um dos maiores do mundo.
Potencial do Piauí
O Piauí se destaca como um ambiente propício para a produção de hidrogênio verde, impulsionando sua posição como um grande gerador de energias renováveis. Com 70% do custo da produção de hidrogênio sendo associado à energia, o estado aproveita suas condições favoráveis, como água abundante, facilidades na zona de processamento de exportação e incentivos fiscais atrativos.
“Nós temos água tanto no subsolo, quanto em nossos rios. Temos também energia solar e eólica em quantidade suficiente para gerar esse hidrogênio. Então, o Piauí se destaca porque ele reúne sol, vento e água em abundância, em uma região que dispõe também de uma ZPE que desonera esse investimento”, disse o presidente da Investe Piauí.
Além disso, o contexto político e o apoio institucional do governo favorecem a atração de investimentos. A colaboração com universidades locais, pesquisadores e o potencial de capacitação da mão de obra local também contribuem para o cenário favorável.
O governador Rafael Fonteles irá acompanhar o presidente Lula na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, e o projeto do Piauí será colocado novamente em pauta.
“Em 2024, nós já teremos projetos de engenharia que serão feitos. O consórcio que foi formado para esse grande projeto no Piauí vai se dedicar aos projetos de engenharia, lembrando que a licença ambiental já foi concedida, em uma área de 250 hectares dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba e as grandes empresas agora já estão também nas tratativas avançadas com os compradores desse hidrogênio”, declarou Victor Hugo.
O parque de energia verde terá uma instalação de produção de 10 gigawatts de hidrogênio limpo e amônia. De acordo com o presidente da Investe Piauí, serão investidos em torno de14 bilhões de euros, ou seja, mais de R$ 60 bilhões.
“Para produzir essa quantidade de hidrogênio, nós teremos uma quantidade duas vezes maior de energia solar e eólica. São R$ 60 bilhões de projetos vinculados ao hidrogênio e R$120 bilhões de projetos de geração de energia eólica e solar. Estamos falando de colosso, do maior investimento da história do Piauí”, disse o gestor.
Nessa conta está incluído o terminal de amônia no porto de Luís Correia que será destinado a receber o hidrogênio na forma de amônia e fazer a logística até a Europa.
Início da produção
O início da produção será por fases em decorrência da própria rede brasileira de distribuição que não está preparada. Será um projeto que exigirá investimentos constantes, com a primeira etapa prevista para ser inaugurada em 2027 e a conclusão em 2035.
“Serão várias fases. No dia 13 de dezembro mais informações serão anunciadas. O governador, por uma questão de assegurar a competitividade desse projeto, está preservando as informações dos investidores pra que possam ser anunciados em mais detalhes as minúcias do projeto já quando ele estiver completamente estabelecido no cronograma das empresas”, disse o gestor.
Investimentos anunciados
Em outubro, a empresa europeia Green Energy Park (GEP) assinou com o Governo do Piauí uma carta de intenções para o projeto de hidrogênio verde. O documento prevê a realização de estudos para a construção de um parque de hidrogênio verde em Parnaíba, com investimento de 10 bilhões de euros (R$ 50 bilhões) e produção inicial de 5 GW de amônia verde por ano.
Com a planta industrial em Parnaíba, a Green Energy Park Piauí aproveitará a estrutura do Porto de Luís Correia para exportar o hidrogênio, na forma de amônia, via Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí, para abastecer indústrias da Europa.
Fonte: G1 PI
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