O monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe indica que, este ano, o Piauí já registrou 745 incêndios ou queimadas. Os dados são do período em que as temperaturas são mais amenas e a umidade do ar está alta. A Defesa Civil estadual já trabalha com a previsão de que esses números tendem a ser muito maiores que nos anos anteriores a partir de julho.
Isso se deve às previsões meteorológicas para o período mais quente. Este ano, em virtude do fim da incidência do El Niño e chegada do fenômeno La Niña, os índices de umidade do ar devem ficar bem menores do que nos anos anteriores, abaixo dos 20%. Uma das consequências certas desse baixo índice é a ocorrência de queimadas e incêndios, principalmente no período do B-R-O Bró (formado pelos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro).
“Os modelos climáticos mais sérios apontam para a intensificação dos quadros de alta temperatura, bem como extremos de seca. Estamos nos debruçando sobre isso na Defesa Civil“, afirma Werton Costa, climatologista.
O Corpo de Bombeiros também já se prepara para o enfrentamento de incêndios e queimadas em maior número este ano. De acordo com a coronel Najra Nunes, a corporação recebeu 12 veículos de modelo pick-up; kits de combate a incêndio; 10 viaturas caracterizadas de apoio administrativo (modelo sedan); três viaturas ambulâncias de resgate; um caminhão-baú; 7.000 litros de líquido gerador de espuma (LGE); 15 motosserras; 15 sopradores e 200 conjuntos de casacos e calças de combate a incêndio (EPIs de combate a incêndio estrutural).
“O uso dessas pickups é de extrema importância porque com elas conseguimos chegar nos pontos de incêndios mais distantes. Elas conseguem adentrar na mata como os outros carros não conseguem. Esses veículos já foram distribuídos para os municípios do interior para que possamos fortalecer nossas unidades no trabalho de combate aos incêndios. Estamos nos preparando da melhor forma“, destaca a coronel.
Seca
O governo do Estado também está implementando a Operação Águas e Vida Piauí – Plano de Contingência para os Impactos do El Nino. Com investimento total de R$ 798,5 milhões, o plano prevê ações emergenciais, como a construção de cisternas de captação e armazenamento de água, limpeza de açudes, recuperação de barragens e carro-pipa, além de ações estruturantes, que são políticas de médio e longo prazo que abrangem perfuração de poços, adutoras, sistemas de abastecimento de água e construção de novas barragens.
Entre as ações mais importantes do plano estão a construção de 19 mil cisternas e a recuperação de açudes e barragens. “Temos um plano complexo, que envolve 13 órgãos e contempla os 224 municípios do estado, com foco nos 106 municípios que vivem alguma situação de emergência e, dentre esses, 40 que estão numa situação mais grave“, disse o governador Rafael Fonteles.
Segundo o secretário de Planejamento, Washington Bonfim, o plano foi elaborado visando ao combate dos efeitos da estiagem, que em 2024 vai iniciar mais cedo e a previsão é de que seja mais intenso. “Trata-se de um conjunto de ações coordenadas que mobilizam setores sociais, produtivo e meio ambiente“, explicou.
Fonte: Piauí Hoje
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