A Secretaria da Segurança Pública do Piauí (SSP) divulgou, nessa terça-feira (20), o 2° Boletim de Dados de Violência Contra a Pessoa LGBTQIAPN+ / Protocolo Cidadão de Coleta de Dados de Violência Contra a Pessoa LGBTQIAPN+. O documento traz dados sobre o cenário vivenciado pela comunidade no estado do Piauí, notificados pela secretaria, e foi elaborado por meio da Coordenação de Proteção aos LGBTQIAPN+ e em colaboração com o Núcleo de Pesquisa Sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (Nupec) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Os dados mostram que em 2023 foram denunciados no Piauí 68 crimes de discriminação especificamente ligados à identidade de gênero ou orientação sexual das vítimas. Houve ainda o registro de 10 mortes de pessoas LGBTQIAPN+ no estado.
Entre todos os tipos de violência e crimes identificados, há evidências que permitem um recorte de gênero, étnico racial e geracional.
Segundo dados notificados pela Secretaria da Segurança, dos 991 casos notificados, a maioria das vítimas era jovem. Um total de 43% tinha entre 20 e 29 anos, jovens e estudantes, e 29% eram adultos, com idade de 30 a 39 anos.
Entre os crimes, os de natureza financeira ocorreram em maior proporção, chegando a mais de 40% (estelionato, furto e roubo). O boletim também aponta que 68,29% das vítimas eram negras, o que acaba evidenciando a violência atrelada ao racismo.
Além disso, os dados enfatizam ainda a categoria mortes em decorrência da violência letal intencional (MVI), o percentual foi de 40%, contemplando a idade de 40 a 49 anos de idade, a maioria das vítimas eram negras (90%), vitimados em sua maioria por arma de fogo e uma parte significativa dos crimes foram cometidos em residência, estabelecimento comercial e em via pública.
O protocolo mostra ainda que 7,35% dos crimes foram consumados no ambiente virtual. No mesmo período, foram registrados 68 crimes motivados por homofobia, LGBTfobia ou transfobia e a motivação preponderante foi o crime de homofobia, com 73% dos casos evidenciados.
Boletim de Dados de Violência Contra a Pessoa LGBTQIAPN+
Fonte: CCOM-PI
Imagem de destaque: Reprodução/Estadão
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