Com um investimento de mais de R$ 40 milhões, a Delta Brazilian Starch, empresa com atuação no Brasil e na Argentina, será responsável pela instalação de uma fábrica de fécula de mandioca e amidos na ZPE Piauí, uma área de livre comércio implantada pelo Governo do Estado, por meio da Investe Piauí, para tornar o Piauí uma referência na indústria exportadora.
Segundo informou um dos seus representantes, além de gerar inicialmente 40 empregos diretos e cerca de 500 indiretos, a Delta Brazilian Starch conectará a agricultura familiar e de larga escala com o agronegócio e as exportações. O modelo de contrato de compra garantida, que a empresa já aplicou com sucesso na Argentina, será replicado na região de Parnaíba, garantindo matéria-prima de qualidade e incentivando o uso de tecnologia nas plantações.
“A instalação da Delta Brazilian Starch na ZPE Piauí representa um marco para o desenvolvimento regional, fortalecendo nossa economia de forma sustentável, dos pontos de vista econômico e ambiental”, reconheceu Álvaro Nolleto, presidente da ZPE piauiense.
Expansão do agronegócio e desenvolvimento industrial
Álvaro Nolleto disse ter ouvido dos empreendedores que a Delta Brazilian Starch chega à ZPE Piauí com a missão de agregar valor à produção local de mandioca, uma das culturas mais importantes e tradicionais da região. Com a capacidade inicial de processar até 300 toneladas de mandioca por dia, a indústria terá como principal produto a fécula de mandioca em suas diversas aplicações, inicialmente no setor de alimentos.
A nova indústria projeta um volume de exportações de aproximadamente vinte contêineres por semana, logo que atingir sua capacidade máxima de produção nessa primeira fase, contribuindo até mesmo a viabilidade econômica de grandes projetos do Governo do Estado, como o Porto de Luís Correia.
Em fases posteriores, a empresa planeja produzir amidos modificados como sorbitol, dextrina e maltodextrina, ampliando o portfólio de produtos destinados ao mercado externo. Além disso, a fábrica também produzirá ração animal, destinada principalmente aos rebanhos bovinos, o que contribuirá ainda mais para o desenvolvimento da pecuária em toda a região de influência do Piauí.
O representante da Delta Brazilian Starch foi enfático ao afirmar que a decisão de instalar a indústria no Piauí, em vez de Misiones, na Argentina, como originalmente planejado, foi tomada após a avaliação de que o Piauí apresenta as condições ideais para que a indústria tenha competitividade no mercado mundial.
Segundo ele, o governador Rafael Fonteles, o presidente da Investe Piauí, Victor Hugo Almeida, e a equipe da ZPE Piauí, liderada pelo presidente Álvaro Nolleto, foram fundamentais para atrair o projeto, oferecendo incentivos e destacando as vantagens estratégicas da região. Ele ainda frisou que o suporte institucional recebido do governador Rafael Fonteles e a visão clara de viabilidade da ZPE Piauí, do Porto de Luís Correia e do plano de internacionalização da economia piauiense foram decisivos para a mudança de estratégia e a transferência do investimento para Parnaíba.
Exportações e perspectivas futuras
Com o foco inicial na exportação, a Delta Brazilian Starch pretende atender ao mercado internacional com produtos de alto valor agregado. No entanto, a empresa já realizou estudos de mercado que indicam que cerca de 95% da fécula de mandioca consumida no Piauí vem de estados do sul do Brasil.
Diante desse cenário, a Delta avalia a possibilidade de direcionar parte da produção para o mercado local, caso o governo estadual manifeste interesse em fortalecer a autossuficiência regional na cadeia produtiva da mandioca.
O diretor comercial da ZPE Piauí, Victor Augusto, destacou o potencial estratégico da indústria para a internacionalização da economia do estado. “A instalação da Delta Brazilian Starch na ZPE não só fortalece o setor agrícola e industrial, como coloca o Piauí em uma posição privilegiada no mercado global de amidos e fécula de mandioca”. Segundo ele, o projeto reforça o compromisso da ZPE com o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos de qualidade na região.
Sustentabilidade e inovação no processo produtivo
Um dos diferenciais da Delta Brazilian Starch será o compromisso com práticas sustentáveis. A indústria vai gerar biometano a partir do tratamento de efluentes, que será utilizado como combustível nas caldeiras da fábrica, ampliando sua eficiência energética no processo produtivo. Além disso, a empresa pretende utilizar biomassa quando o biometano não for suficiente, garantindo que o processo industrial seja menos dependente de combustíveis fósseis.
A sustentabilidade também estará presente na relação com os agricultores. O projeto prevê que 100% da mandioca utilizada pela fábrica seja adquirida de produtores locais, promovendo o desenvolvimento da agricultura familiar na região.
O modelo de contrato de compra garantida, já testado pela Delta Brazilian Starch em sua indústria de trigo na Argentina, incentiva os agricultores a adotarem tecnologias de ponta, como a fertirrigação, para aumentar a produtividade e garantir a qualidade da matéria-prima.
Impacto social e econômico
A instalação da Delta Brazilian Starch promete uma grande contribuição para a transformação do cenário socioeconômico da região. Com a geração, inicialmente, de 40 empregos diretos e cerca de 500 empregos indiretos, o empreendimento fortalecerá a economia local, especialmente no setor de agricultura familiar.
A empresa já está em conversas com instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Instituto Federal do Piauí (IFPI) e a Embrapa para garantir que os produtores locais tenham acesso às tecnologias e conhecimentos necessários para aumentar sua produção e atender à demanda da indústria.
Aplicações industriais e inovação tecnológica
A fécula de mandioca e os amidos modificados, que serão produzidos pela Delta Brazilian Starch, têm uma ampla gama de aplicações industriais, desde alimentos até produtos farmacêuticos e petroquímicos. O uso da fécula como aglutinante em embutidos, sua aplicação em sucos e molhos, além de seu uso na indústria de doces, são apenas algumas das utilizações previstas para os produtos da nova fábrica. Na indústria petroquímica, os amidos modificados são usados como lubrificantes em brocas de perfuração de poços, o que amplia ainda mais o potencial de mercado para a empresa em suas próximas fases.
Com a aprovação desse novo projeto, a ZPE Piauí reafirma seu papel como um dos principais polos de desenvolvimento econômico e exportação do estado, trazendo investimentos que promovem a sustentabilidade, a inovação tecnológica e a geração de emprego e renda para a região.
Fonte: CCom-PI
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