Dados do Ministério da Saúde mostram que o Piauí é o líder do ranking nacional de mortes e acidentes com motociclistas para cada 100 mil habitantes. Os índices apontam que esse cenário gera consequências aos envolvidos e aumento nos gastos públicos com saúde.
O Hospital de Urgência de Teresina (HUT), recebe a maioria dos acidentados, entre janeiro e outubro de 2024 registrou 7.765 vítimas de acidente envolvendo motocicletas.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre janeiro e outubro deste ano, 80 condutores de motos morreram nas estradas do Piauí e 672 ficaram feridos. Entre os que estavam como passageiros no momento do acidente, 185 morreram e sete morreram. Do total de casos, entre passageiros e condutores, 73 ficaram feridos porque não usavam capacete no momento do acidente e 39 morreram.
Leonardo Sousa é uma dessas vítimas de acidente com motocicleta, ele teve a perna amputada. Desde que saiu do hospital ele faz sessões de fisioterapia.
“Os médicos tentaram salvar minha perna, fizeram cirurgia. Mas nesse período eu peguei uma infecção, daí eles disseram que tinha que amputar para não correr ricos de comprometer um órgão e ser fatal. No dia do acidente eu caí por cima do carro, se não estivesse usando capacete eu sei que seria muito pior”, comentou.
A fisioterapeuta Viviane Sales explicou que já recebeu casos de pacientes que sobreviveram a um acidente devido ao uso do capacete.
“Aqui nós já vimos pacientes que tiveram a vida salva porque usavam o capacete no momento do acidente, ou então tem uma lesão bem menor. Às vezes chega a bater a cabeça, mas não teve um hematoma grande ou uma fratura no crânio porque o capacete evitou que isso acontecesse”, enfatizou.
Para o especialista em trânsito, Ricardo Borges, a situação nas cidades do interior é mais difícil de ser acompanhada pela falta de uma fiscalização adequada.
“Na capital nós já temos uma demonstração evidente do desrespeito à lei e a falta do uso do capacete. No interior esse desrespeito é ainda maior, na capital nós temos fiscalização, de forma não muito regular, mas ainda assim existe, as pessoas têm um temor de serem flagradas nessas fiscalizações. No interior é mais complicado”, explicou.
Ainda segundo o especialista, muitas pessoas, ao tirar a carteira de habilitação, já tem uma formação que pode não ter costume de usar o capacete.
“Quando a pessoa vai tirar a habilitação, ele já completou seus 18 anos, então é uma pessoa adulta que está com a personalidade formada. Então é muito complicado para o professor de autoescola, com todo o cuidado de mostrar vídeos e o conteúdo didático, conscientizar uma pessoa adulta. Por mais que se diga que o uso é obrigatório por força de lei, que é uma questão de saúde pública, no caso do sequelado de moto, aquilo evitável”, explicou.
Fonte: Clube News
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