No mês de conscientização sobre as hepatites virais, conhecido como Julho Amarelo, a Secretaria da Saúde (Sesapi) está intensificando as orientações sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças silenciosas que atacam o fígado. Em 2024, já foram registrados, até o momento, 75 casos de hepatites virais no Piauí.
As hepatites virais são provocadas pelos hepatovírus A, B, C, D e E, cada uma com diferentes formas de transmissão, mas todas com potencial para causar sérias complicações hepáticas.
A principal preocupação da Sesapi atualmente é a necessidade de aumentar a testagem para a descoberta da doença. “Temos disponibilidade de testes para hepatite B e C nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) espalhados pelo Piauí. A população pode acessar esses exames diretamente nesses centros. Para as demais hepatites, é necessária a requisição médica para exames mais aprofundados”, explica a coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa.
Dados do setor de epidemiologia da Sesapi mostram que em 2022 foram notificados 115 casos de hepatites virais no Piauí, enquanto em 2023, o número subiu para 138. O desconhecimento sobre a condição sorológica agrava ainda mais a cadeia de transmissão da infecção.
“É de suma importância ampliar a testagem sorológica para as hepatites virais como estratégia fundamental para equacionar essa situação. A detecção precoce dos portadores é crucial, pois hoje possuímos medicamentos altamente eficazes, seja na cura ou no controle dos vírus. O desafio é encontrar esses portadores para que sejam tratados, evitando, assim, um aumento nos casos de cirrose e câncer de fígado nos próximos anos”, ressalta Amélia Costa.
A hepatite A é a mais conhecida, sendo transmitida por água ou alimentos contaminados com fezes de um portador humano, geralmente em áreas com más condições de higiene e saneamento básico. As hepatites B e C são as mais graves, transmitidas por relações sexuais desprotegidas ou por procedimentos envolvendo sangue sem os devidos cuidados de esterilização. Esses vírus podem causar infecções crônicas, muitas vezes assintomáticas por anos.
“Para as hepatites A e B existem vacinas, mas para a hepatite C ainda não há imunizante disponível. Contudo, todas as hepatites têm tratamento quando diagnosticadas precocemente”, lembra a coordenadora.
A hepatite C pode ser curada com tratamentos cuja eficácia se aproxima dos 100%. No caso da hepatite B, o tratamento curativo é exceção quando a infecção se torna crônica. Entretanto, os medicamentos disponíveis podem inibir a replicação do vírus, reduzindo as chances de cirrose e câncer de fígado.
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi enfatiza a importância de realizar o teste para hepatites virais. “A recomendação é que todo indivíduo acima de 40 anos faça o teste ao menos uma vez na vida e, ao menor sinal de suspeita ou incômodo no fígado, procure um médico e solicite exames para investigação”, finaliza Amélia Costa.
Fonte: CCom-PI
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